Câmara contra o plano
03-02-2011 18:06
Joaquim Raposo recusa alterações ao PDM para viabilizar o
ESTRELA DA AMADORA
‘O estádio não é para urbanizar’
O líder do executivo da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo, não está disponível para alterar o uso dos terrenos onde está localizado o estádio do Estrela da Amadora. O autarca comentava assim as notícias relativas ao novo plano de recuperação do clube da Reboleira, que propõe alterações ao Plano Director Municipal de forma a permitir a construção em parte dos terrenos do Estádio José Gomes.
“Mesmo antes de ter sido decretada a falência do clube e nomeado um gestor da massa falida, já tinha manifestado ao Ministério das Finanças que estava indisponível para alterar o uso dos solos onde se situa actualmente o Estádio José Gomes”, adiantou Joaquim Raposo.
O autarca foi mais longe, acrescentando: “O senhor gestor da massa falida não apresentou nenhuma proposta à Câmara e eu não aceito recados vindos através dos jornais”.
“Enquanto eu estiver no executivo não estou interessado em alterar o uso dos solos. Para ali só admito que seja criado zona de equipamento de lazer, de saúde ou de outro tipo, mas nunca permitirei mais construção para habitação”, salienta o edil.
“Sei que em tempos houve alguém interessado em investir, mas não me vou pronunciar sem ter uma proposta concreta, porque não é através dos jornais a forma correcta para se efectuar um pedido à Câmara”, acrescentou ainda.
O novo plano de recuperação do Estrela da Amadora foi votado, na semana passada, em assembleia de credores, mas o resultado só será conhecido esta semana, uma vez que alguns dos credores ainda vão votar por escrito.
A proposta prevê a criação de uma sociedade anónima desportiva (SAD) para gerir o futebol profissional,com capital social de um milhão de euros.
Em declarações à agência Lusa, o administrador de insolvência, Paulo Sá Cardoso, admitiu não estarem ainda garantidos todos os pressupostos previstos no plano, que prevê “alterações ao Plano Director Municipal, de forma a permitir a construção em parte dos terrenos do estádio José Gomes, na Reboleira”.
Apesar do administrador de insolvência ter dito que já havia abordado o assunto
com a autarquia, Joaquim Raposo nega a existência de qualquer pedido.
Caso o plano seja aprovado, serão convocadas de imediato eleições, se o mesmo for chumbado, será iniciado um processo de liquidação.
O Tribunal do Comércio de Sintra considerou o Estrela da Amadora insolvente a 29 de Setembro de 2009 e foi reconhecido um total de 28,5 milhões de euros de divida. A acção no Tribunal do Comércio de Sintra foi interposta pelo Estrela da
Amadora, impedido de inscrever-se na Liga Portuguesa de Futebol na temporada de 2009/2010.
Por não cumprir os requisitos estabelecidos pela Federação Portuguesa de Futebol no processo de inscrição nas provas de seniores, o Estrela da Amadora, 10.º na II Divisão Nacional na época de 2009/10, apenas compete nesta época nos escalões jovens, pela primeira vez desde que foi fundado, em 1932.
Jornal da região Amadora 2/02/2011
Milene Matos Silva, com Lusa
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