Raposo indisponivel para alterar o uso dos terrenos do Estrela da Amadora

07-02-2011 17:58

Autarquia indisponível para alterar uso dos terrenos do Estrela da Amadora
 

O município da Amadora está indisponível para alterar o uso dos terrenos onde se encontra o estádio do Estrela da Amadora, medida prevista no plano de recuperação do clube, disse à Agência Lusa o presidente da autarquia.

"A câmara não esta disponível para alterar o uso do solo em relação aos terrenos. Se a decisão da assembleia de credores, que eu não conheço, apenas passa por construir habitação, não estamos disponíveis ", afirmou à Lusa o presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo.

O autarca considera que a salvação do Estrela da Amadora não está nas mãos da edilidade, mas dos credores, e mantém-se irredutível na alteração ao Plano Director Municipal, que viabilizaria a construção de habitação naquele local.

"Isso não salva o Estrela. Pode salvar alguém, mas seguramente não o Estrela da Amadora", disse.

No entanto, Joaquim Raposo manifesta disponibilidade da autarquia para negociar a instalação de equipamentos desportivos, de saúde, de terceira idade ou de educação naquele local.

O novo plano de recuperação do Estrela da Amadora foi votado a 24 de Janeiro, mas só esta semana será conhecido uma vez que alguns dos credores vão votar por escrito.

A nova proposta preconiza a criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) para gerir o futebol profissional, com capital social de um milhão de euros.

Em declarações à Agência Lusa, a 24 de Janeiro, o administrador de insolvência, Paulo Sá Cardoso, admitiu que "não estão ainda garantidos todos os pressupostos previstos no plano", que prevê alterações ao Plano Director Municipal, de forma a permitir a construção em parte dos terrenos do Estádio José Gomes, na Reboleira.

O administrador de insolvência disse, na altura, ter abordado o assunto com a autarquia, mas Joaquim Raposo nega a existência de qualquer pedido.

O Tribunal do Comércio de Sintra considerou o Estrela da Amadora insolvente a 29 de Setembro de 2009 e, dos 50 ME de dívidas a credores, apenas foi reconhecido um total de 28,5 ME, já com juros vencidos e vincendos, uma vez que não foram considerados alguns créditos reclamados, entre os quais o de José Maria Salvado, antigo presidente do clube.

A acção no Tribunal do Comércio de Sintra foi interposta pelo Estrela da Amadora, impedido de inscrever-se na Liga portuguesa de futebol na temporada de 2009/2010.

O pedido de falência foi interposto com a alegação de que o clube se encontrava impossibilitado de cumprir pontualmente com as suas obrigações, uma vez que não detinha meios próprios ou de crédito.

Por não cumprir os requisitos estabelecidos pela Federação Portuguesa de Futebol no processo de inscrição nas provas de seniores, o Estrela da Amadora, 10.º na II Divisão Nacional na época de 2009/10, apenas compete nesta época nos escalões jovens, pela primeira vez desde que foi fundado, em 1932.

 

 


in O Jogo

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